quarta-feira, 13 de março de 2013

Inundação no Arquivo Nacional é problema recorrente, dizem servidores

Agência Brasil

“As denúncias sobre os depósitos foram enviadas também ao Ministério da Justiça com vários documentos”, disse o secretário da Assan, Leonardo Augusto Silva Fontes. “No ano passado, tivemos problemas com fungos e relatamos isso também”.
No dia 29 de julho, a diretoria respondeu, a pedido do Ministério da Justiça por meio de um ofício, que o problema era pontual e que a impermeabilização das calhas dos prédios A, B e C resolveria os pontos de vazamento. Sobre as portas e janelas, a carta informou que essas “muitas vezes são abertas indevidamente, no caso das janelas, e esquecidas abertas”.
Os prédios A, B e C foram os mais atingidos pela chuva que atingiu 130 caixas com documentos, incluindo alguns da época de dom João VI e da ditadura militar. Em visita ao Arquivo Nacional na manhã de hoje (12), a equipe da Agência Brasil esteve em locais interditados desde janeiro por causa de um temporal que danificou parte do acervo. É o caso do Bloco D, que está em pior estado, com cheiro de mofo, terra e água pelo chão e montanhas de documentos manchados ou totalmente danificados.
O técnico da coordenação de Documentos Escritos, Cristiano de Carvalho Cantarino, que também é da Assan, explicou que a maioria da documentação no Bloco D, que não é climatizado, refere-se a processos de ex-menores de idade internados na Fundação Centro Brasileiro Para a Infância e Adolescência, antiga Funabem (Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor), que serve de consulta para comprovação de direitos. “Esses documentos estão interditados desde janeiro devido à uma chuva que danificou boa parte do acervo. E esses documentos são também os mais consultados aqui no Arquivo Nacional”, contou.
O representante do Arquivo Nacional, Mauro Lerner, coordenador da área de Documentos Escritos, informou que na sexta-feira passada (8) a direção do órgão, que pertence ao Ministério da Justiça, pediu R$ 2,5 milhões ao governo federal para refazer as calhas em cárater emergencial, reforçar portas e janelas e restaurar o Bloco D.
“Esperamos, com essa verba, resolver o problema de maneira definitiva, sem que tenhamos que dar jeitinhos”, disse Lerner. “Enquanto isso, não podemos esperar por outra chuva e estamos transferindo os documentos dos depósitos atingidos para outros depósitos que não oferecem as melhores condições, mas que, pelo menos, não correm risco de serem atingidos pela chuva”, informou. O coordenador também revelou que falta espaço para guardar os arquivos. “O empenho da direção geral é comprar estantes deslizantes para aumentar o espaço”.
O coordenador da área de preservação, Mauro Domingues, explicou que como o prédio, ex-sede da Casa da Moeda, é antigo e tombado qualquer intervenção é extremamente cara. “Realmente, às vezes, entra chuva pelas janelas”, admitiu. “A grande dificuldade é que esse prédio não foi construído para essa finalidade. O ideal é que a reserva técnica e o acervo sejam construídos em prédios específicos, que na verdade é um caixote climatizado”, contou. Domingues disse que existe área para a construção de um prédio exclusivo para o acervo. O custo para obra chega a aproximadamente R$ 45 milhões. “Mas os depósitos já funcionariam bem após as obras emergenciais”, ponderou.

Fonte: http://www.jb.com.br/pais/noticias/2013/03/12/inundacao-no-arquivo-nacional-e-problema-recorrente-dizem-servidores/

Um comentário:

  1. Esse é um problema que também já aconteceu na instituição (pública) em que eu trabalho. Graças a Deus a gente não perdeu nada porque agimos rapidamente e evitamos uma catástrofe!! Pensei que o descaso fosse só das instâncias menores, mas vejo que na instâncias superiores também não tem muita diferença. Quando leio reportagens deste tipo me dá uma tristeza e fico desesperançosa, desmotivada, incrédula...

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