RIO - A partir de 17 de junho, o Arquivo Nacional vai disponibilizar ao
público documentos do período do regime militar (1964-1985). A
divulgação do material, noticiada nesta terça-feira pelo colunista do
GLOBO Ancelmo Gois, ocorrerá em função da nova Lei de Acesso à
Informação. Serão cerca de 16 milhões de páginas de acervo que incluem,
entre outras coisas, dados sobre a repressão política no país e a vida
privada de servidores de 38 órgãos de governo, como Forças Armadas,
universidades e estatais.
Do Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica, por exemplo, os
interessados poderão pesquisar dossiês pessoais, atentados a bomba,
sequestros, assaltos, a Guerrilha do Araguaia e asilos políticos. Na
Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, o público terá
acesso a documentos encaminhados ao órgão por parentes de vítimas
desaparecidas e que foram acusados de subversão.
Já na Comissão Geral de Inquérito Policial-Militar, além de informações
da Aeronáutica, o visitante conseguirá dados do Serviço Nacional de
Informações (SNI), dos centros de Informações do Exército (CIE) e da
Marinha (Cenimar), do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), da
Polícia Federal, e das secretarias de Segurança Pública dos estados
referentes a investigações, diligências, relatórios de inquéritos e de
atividades secretas, denúncias e sentenças condenatórias.
— A Lei de Acesso à Informação é importante para a gestão documental e
para a História do Brasil — afirmou o diretor-geral do Arquivo Nacional,
Jaime Antunes da Silva.
Quem quiser manter secretas as informações tem até a data prevista da
abertura do acervo para apresentar um requerimento. O pedido de sigilo,
no entanto, ainda dependerá de parecer da Comissão de Análise de
Documentos com Informações Pessoais, que aprovará ou não.
— Até hoje (terça-feira), ninguém fez este pedido de sigilo. Mas, se
fizer, vamos divulgar o nome de quem pediu e o motivo alegado — informou
Jaime Antunes.
A vice-presidente do grupo Tortura Nunca Mais, Cecília Coimbra, comemorou a iniciativa:
— Pesquisadores e historiadores estavam indignados porque não tinham
acesso ao acervo do Arquivo Nacional. Finalmente, tudo será aberto e
qualquer cidadão poderá acessar. A medida é importante e fundamental.
A Lei de Acesso à Informação está em vigor desde o último dia 16.
Segundo o texto, os órgãos e entidades do poder público são obrigados a
divulgar dados e documentos. Como a maior parte do acervo do Arquivo
Nacional não está digitalizada, a pesquisa terá de ser feita
pessoalmente nas sedes do Rio ou de Brasília.
http://extra.globo.com/noticias/brasil/arquivo-nacional-vai-abrir-acervo-da-ditadura-ao-publico-5062636.html
Fonte: http://archivisticaysociedad.blogspot.com.br/2012/05/arquivo-nacional-vai-abrir-acervo-da.html
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