quarta-feira, 30 de maio de 2012

Arquivo Nacional vai abrir acervo da ditadura ao público



Jaime Antunes afirma que ainda não foram feitos pedidos de sigilo
Jaime Antunes afirma que ainda não foram feitos pedidos de sigilo Foto: O Globo / Gustavo Miranda
Cássio Bruno - O Globo
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RIO - A partir de 17 de junho, o Arquivo Nacional vai disponibilizar ao público documentos do período do regime militar (1964-1985). A divulgação do material, noticiada nesta terça-feira pelo colunista do GLOBO Ancelmo Gois, ocorrerá em função da nova Lei de Acesso à Informação. Serão cerca de 16 milhões de páginas de acervo que incluem, entre outras coisas, dados sobre a repressão política no país e a vida privada de servidores de 38 órgãos de governo, como Forças Armadas, universidades e estatais.
Do Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica, por exemplo, os interessados poderão pesquisar dossiês pessoais, atentados a bomba, sequestros, assaltos, a Guerrilha do Araguaia e asilos políticos. Na Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, o público terá acesso a documentos encaminhados ao órgão por parentes de vítimas desaparecidas e que foram acusados de subversão.
Já na Comissão Geral de Inquérito Policial-Militar, além de informações da Aeronáutica, o visitante conseguirá dados do Serviço Nacional de Informações (SNI), dos centros de Informações do Exército (CIE) e da Marinha (Cenimar), do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), da Polícia Federal, e das secretarias de Segurança Pública dos estados referentes a investigações, diligências, relatórios de inquéritos e de atividades secretas, denúncias e sentenças condenatórias.
— A Lei de Acesso à Informação é importante para a gestão documental e para a História do Brasil — afirmou o diretor-geral do Arquivo Nacional, Jaime Antunes da Silva.
Quem quiser manter secretas as informações tem até a data prevista da abertura do acervo para apresentar um requerimento. O pedido de sigilo, no entanto, ainda dependerá de parecer da Comissão de Análise de Documentos com Informações Pessoais, que aprovará ou não.
— Até hoje (terça-feira), ninguém fez este pedido de sigilo. Mas, se fizer, vamos divulgar o nome de quem pediu e o motivo alegado — informou Jaime Antunes.
A vice-presidente do grupo Tortura Nunca Mais, Cecília Coimbra, comemorou a iniciativa:
— Pesquisadores e historiadores estavam indignados porque não tinham acesso ao acervo do Arquivo Nacional. Finalmente, tudo será aberto e qualquer cidadão poderá acessar. A medida é importante e fundamental.
Lei de Acesso à Informação está em vigor desde o último dia 16. Segundo o texto, os órgãos e entidades do poder público são obrigados a divulgar dados e documentos. Como a maior parte do acervo do Arquivo Nacional não está digitalizada, a pesquisa terá de ser feita pessoalmente nas sedes do Rio ou de Brasília.


http://extra.globo.com/noticias/brasil/arquivo-nacional-vai-abrir-acervo-da-ditadura-ao-publico-5062636.html 


 Fonte: http://archivisticaysociedad.blogspot.com.br/2012/05/arquivo-nacional-vai-abrir-acervo-da.html

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