sábado, 24 de setembro de 2011

Prefácio do Vídeo: "Arquivologia 2.0" Por Patrick Rocha



Hoje, na teia orgânica social -- ampliada e intensificada com as conexões tecnológicas e digitais -- informação e comunicação se fundem formando um novo fenômeno que se monta e re-monta num movimento não necessariamente dialético, mas constante. Aparentemente, não palpável. Está posto então o desafio aos conceitos da arquivologia, ciência que para estar nesse contexto precisa se [trans]formar. É o início da Arquivologia 2.0. Ao findar a leitura de "Arquivologia 2.0: a informação digital humana" -- Charlley Luz, fiquei instigado. Fui motivado a alertar os arquivistas e fazer coro sobre a nova realidade. Como fazer isso? O discurso de Charlley numa obra dotada de liberdade, sem o formato acadêmico tradicional e a leveza de sua escrita -- ainda que pretensiosa, me abriram uma possibilidade. Foi então que voltei ao questionamento que há tempos "engavetei": podemos fazer arte com essa série de conceitos, palavras, teses e antíteses que vamos acumulando ao longo de nossas vidas arquivísticas? Por que não?

Pois então, investi numa apresentação audiovisual inspirada no livro, onde tento manter um diálogo sincero, de arquivista para arquivista. Arte? Talvez. Apenas me expresso, livremente, de maneira pouco usual entre nós, arquivistas brasileiros.

No vídeo tento retratar o tumultuado imaginário de um arquivista inquieto diante do paradoxal mundo 2.0. O fundo negro é cenário, representando o conceito 2.0, ou seja, um mundo a ser "desbravado" e "encarado". As palavras em letras com estilo que nos remetem às antigas máquinas de escrever são as "bailarinas", que aparecem em movimentos de digitação ou em apresentações mais intensas. Surgem em branco, representando a luz. Aqui a referência é a importância da clarificação. No livro de Gênesis, Deus, em seus primeiros atos da criação do mundo ordena o surgimento da luz. Buscamos a luz para entender as coisas que nos cercam. A luz pode ser também assustadora para os que preferem manter-se na ignorância, assim como na metáfora do "mito da caverna" de Platão. A trilha sonora de Vivaldi dá o clima de tensão à dualidade preto & branco ou sombra & luz.

Nesse "blackground" 2.0 os conceitos usuais do universo da arquivologia vão se inserindo. As palavras-luz surgem de maneira rítmica aliadas ao som orquestrado e se "conectam" por sua carga de significados.

A angústia provocada pela música e o negro absoluto do cenário formam parceria e criam o ambiente para o meu "balé" de palavras-luz. A indução num primeiro momento é para o movimento cíclico da informação, a evolução dos registros e dos suportes da informação, e, em seguida, ao aumento da informação digital. No segundo e terceiro momentos as palavras nos levam ao impacto da informação digital na sociedade e na arquivologia. Com a licença artística que me é concedida, a repetição de algumas palavras funciona propositalmente como um "plié" poético que na "dança" das palavras ganha novo significado ou reforça a idéia passada anteriormente.

O intuito é o de tocar os arquivistas por meio da sensibilidade.

Arquivistas, assistam ao vídeo; apropriem-se da mensagem.


Arquivistas, assistam ao vídeo apropriem-se da mensagem.

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